Mais de 700 médicos da rede estadual anunciam paralisação no dia 24 e cobram pagamento de salários atrasados
Profissionais estão sem receber desde setembro e discutem possível demissão em massa
Mais de 700 médicos credenciados da Secretaria de Estado da Saúde (SES) decidiram realizar uma paralisação no próximo dia 24 de novembro. A decisão foi tomada em assembleia virtual promovida pelo Sindicato dos Médicos de Sergipe (Sindimed) na noite da última segunda-feira (17), e reflete o acúmulo de insatisfações da categoria, que afirma estar há três meses sem receber salários.
Cerca de 80 profissionais participaram da reunião, onde relataram dificuldades financeiras e questionaram o modelo de gestão adotado no estado. Durante o encontro, médicos também demonstraram preocupação com o avanço das Organizações Sociais (OSs) na administração de unidades de saúde, citando a futura inauguração do Hospital do Câncer como um exemplo de incerteza sobre o vínculo profissional.
O presidente do Sindimed, Helton Monteiro, classificou a situação como “inaceitável” e criticou o uso de modelos de contratação considerados precários, como pessoa jurídica, credenciamento e modalidades que, segundo o sindicato, apresentam irregularidades. A entidade defende vínculos formais, com direitos trabalhistas garantidos.
Outro ponto discutido foi a denúncia de casos de assédio, demissões arbitrárias e substituições de profissionais motivadas por interesses políticos. O sindicato afirmou que tem recebido relatos graves e que continuará oferecendo suporte jurídico e institucional aos médicos.
Ao longo da assembleia, os dirigentes da entidade reforçaram que a mobilização deve ser contínua e que a categoria precisa se reconhecer como trabalhadora para enfrentar a crise. A direção do Sindimed também destacou que empresas terceirizadas já acumularam episódios de atrasos salariais anteriormente, o que, segundo eles, mostra fragilidade no modelo de terceirização.
Encaminhamentos
A paralisação do dia 24 será comunicada formalmente à SES e a outros órgãos competentes. O Sindimed informou que cumprirá todas as exigências legais, mantendo ao menos 50% do efetivo nos setores de urgência e emergência.
O sindicato também tenta agendar, para esta terça-feira (18), uma reunião extraordinária com o secretário estadual da Saúde, Cláudio Mitidieri, e com a Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa. O objetivo é apresentar o indicativo de paralisação, discutir as reivindicações e buscar a definição de uma data fixa para o pagamento mensal dos profissionais.
O Sindimed afirma que seguirá acompanhando denúncias e reivindicações da categoria. “A luta é por condições dignas de trabalho e para garantir que a população receba um atendimento de qualidade”, concluiu o presidente Helton Monteiro.
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